foram os astros.
a vibe, sabe? uma sensação esquisita que começava no dedão do pé e subia até o último fio de cabelo.
acho que a fase da lua também influenciou.
ou, sei lá, talvez eu não tenha pisado no chão primeiro com o pé direito ou comido lentilha o suficiente.
(não tinha lentilha na ceia.)
a verdade é que o começo de 2025 foi complicado.
posso encontrar dezenas de justificativas pra algo que, talvez, seja muito simples: eu tinha expectativas que foram derrubadas como um dominó barato por uma crise de sinusite brabíssima e a depressão sazonal.
quem diria que eu sentiria tanta falta do sol, não é mesmo?!
mas não foi um começo de ano super feliz. tava tudo bem, tudo nos conformes, tudo andando, mas o meu emocional foi ladeira abaixo mais rápido do que o Michael Scott quando vê um pedaço de comida na rua.
(eu quase saio voando toda vez com o jeito que ele me puxa, juro.)
e talvez você já saiba aonde vou com isso tudo. a vida maravilhosa que eu tava planejando viver no começo do ano desapareceu da minha mente no segundo que baixei o instagram de novo depois das minhas férias. piorou quando eu vi que DO NADA o tiktok tava lá também.
as noites que eu esperava passar patinando no gelo ou cercada de amigos e jogos de tabuleiro ou até com um amor de inverno (?) foram trocadas pelas rodadas de scroll infinito que me sugavam a energia mais do que socializar, e me deixavam completamente apática.
de lá pra cá, algumas coisas mudaram. graças aos céus, o universo me deu uma trégua e a sinusite passou. a gripe que veio depois também. eu voltei pra academia, voltei a ver meus amigos, o clima começou a melhorar e o sol voltou a surgir no céu como se nada.
voltei a me empolgar com as coisas e a buscar a vida que eu queria viver.
mas o scroll infinito… esse tá difícil de largar o osso.
sabe o que é engraçado? nessa história toda eu decidi me colocar numa postura de antropóloga (tô reassistindo a série ‘bones’ no prime, me deixa), e observar os meus próprios comportamentos. o objetivo era entender o que tava acontecendo pro rolar das telas ter voltado a ser tão interessante.
veja, eu me orgulho da minha disciplina e relativo autocontrole, então alguma coisa tava rolando além do tédio e da tristeza. porque quando o tédio e a tristeza deram espaço de novo pra um estado emocional relativamente estável (risos), o vício não fazia mais tanto sentido, mas persistia.
até que entendi que tava cansada.